Com o envelhecimento da população e os novos formatos da vida familiar, o mundo e o Brasil passam pelas maiores transformações já vividas em toda a história no curto espaço de tempo de uma geração.
Famílias cada vez mais reduzidas, o aumento das pessoas que vivem sós e o afastamento dos filhos crescidos do núcleo familiar demandam novos modelos para viver e morar na terceira etapa da vida.
Um grupo de professores aposentados da Unicamp viveu esta situação quando viram uma colega ir viver, contra sua vontade, em uma instituição para idosos. A experiência para ela foi tão ruim, que eles decidiram não deixar que isto se repetisse com eles. Foram estudar as diversas alternativas de moradia. A solução escolhida foi o cohousing. E o resultado, o projeto Vila Conviver.
A modalidade de moradia, nascida na Dinamarca há cerca de 40 anos, combina dois pilares fundamentais para nossas vidas: privacidade e comunidade. E é neste equilíbrio que repousa a essência do cohousing.
Os últimos estudos sobre longevidade, baseados nas Blue Zones, as ilhas de longevidade no planeta, demonstram que, muito mais importante do que uma dieta saudável e a prática de exercício, são as conexões sociais de alto valor que contribuem ao máximo para uma vida mais longeva e mais saudável. E é a falta disso que gera uma série de consequências, entre elas a depressão.
O cohousing como grande modelo que se assenta sobre o conceito de com-vivência, com-partilhamento, com-unidade, co-operação, é uma das melhores respostas a este desafio.
A privacidade é completamente respeitada no cohousing. Cada um tem sua casa. O modelo se assemelha fisicamente a um condomínio, mas a diferença está nas conexões humanas que ali se formam. O processo é de engenharia humana, começa com a formação do grupo, o qual antecede o projeto arquitetônico e a construção.
É fundamental entender que criar um cohousing não se reduz a adicionar um centro de convivência a um condomínio. Ele é muito mais do que um conjunto de casas com espaços comunitários. Ele respira autogestão. Pessoas dirigindo suas vidas.
Os cohousings já preveem normalmente alguns apartamentos para visitantes no centro de convivência. Planejando o futuro, são estas unidades, os guest rooms, que além de poder receber os visitantes, poderão depois acomodar os cuidadores, quando os moradores deles vierem precisar. A solução pensa o agora e o amanhã.
A UniSecovi, em parceria com a Free Aging, realizam o curso Planejamento e Implantação de Cohousing de 19 a 21 de outubro com uma das maiores especialistas no tema, a arquiteta norte-americana Laura Fitch. Ela virá ao Brasil especialmente para capacitar arquitetos, urbanistas, projetistas, incorporadores, investidores, gerontólogos, coaches e demais profissionais interessados em participar do processo de desenvolvimento de cohousings. Oportunidade única no Brasil em 2018, aproveite.
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Edgar Werblowsky, é CEO da Free Aging, parceira da UniSecovi na idealização do curso Planejamento e implantação de cohousing, e dedica-se a desenvolver soluções para um envelhecimento com qualidade de vida, sob uma ótica holística.